O Turismo de Portugal (ainda) garante 4,5 milhões de euros e a autarquia vai avançar com o projecto, de forma faseada. Para já, avançam as expropriações para o campo de golfe
A contracção de um empréstimo de curto prazo até ao montante de 2 milhões e 300 mil euros foi aprovada por unanimidade ontem na reunião de câmara, mas colheu o PSD de surpresa, pois a informação que possuíam dizia que seria para colmatar dívidas de tesouraria (e assim era, mas antevendo a situação do Parque Desportivo), mas quando o presidente da câmara avançou com a nota explicativa gerou-se algum “burburinho”. João Ataíde salientou que o pedido de empréstimo «no limite das nossas capacidades de endividamento a curto prazo, é especificamente para expropriação das parcelas necessárias à implementação do campo de golfe que tem condições para ser concluído», disse, referindo-se ao Parque Desportivo de Buarcos.
Miguel Almeida de imediato reagiu, recordando que o presidente estava a levar à reunião uma coisa «que andou a dizer que não havia possibilidade de fazer», e que quem havia levantado dúvidas sobre o processo tinha sido o presidente ao que este, algo incomodado respondeu de imediato: «levantei-as e resolvi-as, todas estavam paradas e resolvi-as», esclarecendo que não tinham sido dadas outras informações prévias porque só na segunda-feira «às oito da noite, é que concluí com o Turismo de Portugal», disse João Ataíde, acentuando que o processo lhe tem dado «muito trabalho ao tentar resolver uma situação complicada que hipoteca a normal gestão desta casa».
O autarca clarificou ainda que acabaram por optar pelo projecto adjudicado à Somague, apesar dessa situação «condicionar a nossa capacidade de opção». No entanto, disse João Ataíde, as conversações com o Instituto de Turismo de Portugal «correram bem e podemos beneficiar dos 4,5 milhões de euros para o efeito, para esta componente que é elegível. Temos a verba que estava cativa e ainda aceitam que possa ser executada, mas urge levar a cabo esta construção», sustentou, referindo-se ao campo de golfe de 9 buracos. O presidente aludiu ao «processo longo e moroso de expropriação de mais de quatro anos» e também por isso, frisou, «somos compelidos a levar o projecto avante».
Quanto ao empréstimo «é para tomar posse das parcelas, honrar compromissos de expropriação e a curto prazo encaixaremos a verba na posse do Turismo de Portugal. É um processo complicado mas mais vale levar a cabo, sob pena de termos várias obrigações e incumprimentos que poderão acarretar indemnizações».
Daniel Santos ainda levantou a questão de implementação do projecto sem a revisão do PDM, mas António Tavares clarificou que o projecto foi confinado às áreas que não conflituam com o PDM, não abrangendo zonas de REN (Rede Ecológica Natural).
PSD quer“parque sénior” para manutenção física
A proposta de adesão da Figueira à Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis foi motivo de reflexão por parte da vereadora do PSD que colocou diversas questões sobre a carta social do município e apresentou ainda sugestões/propostas que «contribuíam grandemente para a efectiva implementação de medidas conducentes à criação de uma cidade saudável».
Uma delas, disse Teresa Machado, seria a criação de um parque sénior (à semelhança do infantil, para idosos, com equipamentos vocacionados para essa faixa etária, com aparelhos específicos para manutenção física), outra seria a de «dar continuidade ao projecto de eliminação de barreiras arquitectónicas em determinada zona da cidade e sempre que possível alargá-la», e finalmente, «que a Figueira aderisse ao projecto “turismo acessível”, que complementa e se inter-cruza com a Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis», ou seja, concluiu, «passar a ideia que a Figueira é uma cidade que não estigmatiza».
Contributos que o presidente da câmara agradeceu, considerando que «ao aderir ao projecto tornamo-nos todos co-responsáveis», apesar de recordar que «muitas das acções não dependem directamente de nós».
Fonte: Diário de Coimbra
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