Continuar a desenvolver a marca de Fátima, em especial na sua vertente religiosa, mas criando sinergias para outras mais valias concelhias como turismo cultural, lazer, gastronomia, artesanato. Esta foi uma das conclusões do “Congresso de Ourém - um olhar para o futuro”, que reuniu cerca de 300 congressistas no último fim de semana em Ourém. Esta ideia, defendida ao longo de todo o encontro, foi reforçada pelo presidente da autarquia, na sessão de encerramento. “Fátima é um pólo de sedução único que nós temos entre mãos”, afirmou Paulo Fonseca, defendendo que precisamos de valorizar as mais valias do concelho. Para isso, “precisamos de estar organizados e mudar a nossa mentalidade”.
Rever o PDM, definir de vez a questão dos espaços empresariais, partir para a internacionalização, aproveitar os contractos dos oureenses que se encontram espalhados pelo mundo e criar embaixadores de Ourém no mundo que possam apoiar empresários do concelho que queiram investir no estrangeiro, conseguir estar presente e contribuir para a tomada de grandes decisões como a escolha de localizações para congressos, TGV e acessibilidade aérea, estabelecer parcerias, foram outras das ideias-chave defendidas durante o evento, que será repetido daqui a dois anos.
Do que se disse, sobressaiu também o “optimismo” e a ideia de que “é possível termos melhor qualidade de vida e melhores empresas”. Foi também vincada a necessidade de se definir um plano estratégico para o concelho.
Foi ainda feita uma chamada de atenção para as “assimetrias brutais” entre o Norte e o Sul do concelho e para o facto do saldo natural do concelho (diferença entre nascimentos e falecimentos) ser negativo. De acordo com o sociólogo Sérgio Faria, dois terços dos lugares do concelho têm mais idosos do que jovens.
No decorrer do encontro, Carlos Silva, da Associação “Terra do Móvel” chamou a atenção para a situação do Vilar dos Prazeres. O orador calcula que este ano a quebra na produção ultrapasse os 50 por cento. Isto significa, afirmou, mais desemprego. Segundo referiu, dos 700 funcionários do sector, já só restam 350. Embora reconheça que a culpa não é só da estrutura empresária, não deixou de lhe apontar o dedo, acusando-a de ter falta de “espírito de união”.
O congresso abordou outro tema fundamental: a localização do concelho. Para os congressistas, a “localização de Ourém, enquanto município de ligação entre duas fortes regiões (centro e a grande Lisboa), que é muitas vezes apontado como uma dificuldade, é em si mesmo uma enorme oportunidade que tem de ser explorada”. A valorização das redes estruturais de comunicação no concelho deverá também ser uma prioridade, seja através das vias rodoviárias, tais como o IC9, seja dotando o município de uma rede de fibra óptica, seja ainda potenciando os soluções de transporte colectivo, nomeadamente através de transporte rodoviário.
No final do congresso, foi ainda lançada um desafio: Pensar num plano de ordenamento do território intermunicipal. Para o sociólogo Sérgio Faria, este é um dos maiores desafios que se coloca a Ourém.
Fonte: Noticias de Fárima
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