O Instituto do Turismo de Portugal (ITP) não apoiaria a realização da Red Bull Air Race em Lisboa, ao contrário do que fará no Porto, afirmou hoje o presidente da autarquia da capital, António Costa (PS).
O autarca de Lisboa recusou, contudo, que exista "qualquer relação" entre a não realização da prova este ano na capital e a ausência de um apoio de 500 mil euros ao evento por parte do Turismo de Portugal.
"O acordo com a Associação de Turismo de Lisboa e a Câmara Municipal de Oeiras previa um montante em caso de haver verbas do ITP e em caso de não haver. A razão pela qual as coisas evoluíram como evoluíram foi porque me foi solicitado pelo senhor presidente da Câmara do Porto que a prova se pudesse realizar alternadamente nas duas cidades", afirmou.
A acrescentar a esta solicitação, "a Red Bull ultrapassou as objecções que tinham impedido a realização no Porto" e comunicou que estaria "disponível para que se realizasse alternadamente nas duas cidades", acrescentou Costa.
Segundo a resposta do Ministério da Economia a uma pergunta do grupo parlamentar do CDS-PP, a autarquia de Lisboa não chegou a pedir o apoio ao Turismo de Portugal.
"As edições anteriores do evento beneficiaram de um apoio financeiro global do Turismo de Portugal de 1,3 milhões de euros (300 mil euros em 2007, 500 mil euros em 2008 e 500 mil euros em 2009) ao abrigo do Programa de Intervenção do Turismo, na sequência da apresentação das respetivas candidaturas pelo promotores do evento, o que não se verificou relativamente à edição de 2010, motivo pelo qual a mesma não beneficiará do mesmo apoio", lê-se na resposta ao CDS.
António Costa afirmou que o Turismo de Portugal comunicou que só prestaria o apoio caso a autarquia desistisse de outros subsídios daquela entidade a outras iniciativas.
Para o vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro, "a verdade toda é que nunca se chegou a obter uma licença ao Instituto Nacional de Aeronáutica Civil, nem a licença de Navegação Marítima, e que a prova de Lisboa não conseguiu obter apoio do ITP".
"Este recuo atabalhoado do senhor presidente da Câmara foi resultado deste fatores", afirmou o vereador democrata cristão.
O vereador social democrata Gonçalo Reis considerou que "há um certo ziguezague em termos de prioridades", com a alteração do modelo de realização da prova de acrobacias aéreas.
O vereador comunista Ruben de Carvalho levantou a questão do concurso aberto para angariação de patrocínios, que foi adjudicado à Omnicom, e da sua "transferência" para o Porto, bem como da concordância da Câmara de Oeiras.
Sobre a ausência de apoio do Turismo de Portugal à realização do evento em Lisboa, disse que teria sido "uma decisão para responder à acusação de Lisboa ser beneficiada por comparação com outras cidades, nomeadamente com o Porto".
Os autarcas de Lisboa e Porto anunciaram na semana passada, após um encontro em Lisboa, estarem "criadas as condições" para que a Red Bull Air Race se realize alternadamente nas duas cidades, sendo que a edição deste ano poderá decorrer na Invicta.
Fonte: Diário Digital / Lusa
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